08/02/2019 - Consciência Sistêmica
Por: Carla Queiroz
Quem dá o Start para o trabalho de parto é o feto. Ao se sentir desconfortável com a limitação do espaço e do aporte de energia vindo da placenta pelo cordão umbilical, decide que não dá mais para ficar ali, do contrário ele morre.
A mãe respeita essa decisão do feto de nascer e o ajuda no processo do trabalho de parto, respirando fundo nos intervalos das contrações e fazendo uma enorme força de expulsão para colocar seu filho para fora de seu corpo. Esse processo é doloroso para mãe e feto, mas é crucial para a vida de ambos.
O pai tem a função de proteger essa relação de mãe e feto durante esse processo. Depois disso o pai continua ajudando o recém-nascido e depois essa criança a se preparar para ir para a vida. O pai conclui o que a mãe começou.
Quem também dá o start para o jovem sair de casa é o próprio jovem, ao se sentir desconfortável com as limitações que deveriam existir na casa dos pais. Assim como o Útero o espaço na casa dos pais deveria ficar cada vez mais apertado, o representante da energia que no caso seria o dinheiro, a fartura, o conforto, deveriam diminuir com o tempo, para determinar a ruptura dessa relação de dependência. O que acontece hoje é que ela só vai aumentando.
Esse processo não deveria ser dolorido para ninguém, pois ele deveria significar a chave da liberdade. Os filhos deveriam ser criados sabendo que seu tempo na casa dos pais tem limite. Se eles foram preparados para isso, tudo se torna natural. Assim como a gestação dura 9 meses, a formação desse filho dentro de casa deveria durar 18 anos.
Os pais deveriam respeitar, autorizar e incentivar o filho a seguir para a Vida com o Suficiente que lhe foi dado e respirando fundo, por amor, expulsar o filho de casa. Deveriam dizer: Segue filho, tenho certeza que você vai conquistar tudo que deseja, passo a passo, começando de baixo e alcançando sucesso e felicidade na vida.
Assim o filho vai para a vida feliz. Naturalmente aceita e encara os desafios de começar a vida com menos do que ele tinha na casa dos pais, mas com a certeza que será capaz de crescer e alcançar seus objetivos de vida.
Quando os pais olham com pena para isso, o filho segue com vergonha e fraco se sentindo menos e os pais mais.
Quando os pais olham com orgulho para isso, o filho segue com honra e força, se sentindo tão bom quanto os pais.
O prazer de conquistar nossos sonhos, quando somos abençoados pelos pais a ir para vida, propicia ao filho uma enorme força de Vida, Coragem e Liberdade.
Os filhos são como návios, deixam o porto seguro para singrar os mares.
Dra Carla Palhares