24/05/2019 - Consciência Sistêmica
Por: Carla Queiroz
Sempre me considerei uma mulher de sorte! Quero dizer sorte no amor mesmo.
Eu era pequena e me lembro de ficar escrevendo meu nome com o sobrenome dos garotos que me interessavam para ver se combinava. Coisa de garotas mesmo!
Cheguei a escrever meus desejos secretos num papel e guardar bem escondido para ser lido só quando eu fosse adulta. O conteúdo era o seguinte: “Quero me casar com um homem muito bonito, culto, inteligente, educado, de boa família e que seja FIEL. Com ele quero ter 4 filhos, dois homens e duas mulheres. Eles se chamarão: Jonh, Elizabeth, Robert e Hanna. Quando fizermos 20 anos de casados, quero uma segunda lua de mel nas Ilhas Gregas. Seremos eternamente felizes e nosso Amor vai durar para sempre.”
Meus planos não deram muito certo! Engravidei com 19 anos e com 20 eu já era mãe. Como eu disse que sou uma mulher de sorte, meu marido era um homem muito bonito, culto, inteligente educado e de excelente família, mas como nada é perfeito nessa vida, ele não era FIEL!
Durante a gestação, que emendou com a correria do casamento, inicio de faculdade, mudança de cidade e a fase de adaptação dessa nova vida, vivemos momentos de muito romantismo e cumplicidade. Éramos tão jovens! Mesmo assim nos amávamos muito e graças a esse amor conseguimos superar tantos obstáculos e ficamos casados 20 anos.
Infelizmente, meu sonho de comemorar 20 anos de casados nas Ilhas Gregas, viraram uma separação extremamente dolorosa, pois eu o amava e ele estava interessado por outra mulher. Isso definitivamente não estava nos meus planos.
Nossa! Outra Mulher? Como assim? Outra Mulher? E nossa cumplicidade? E todo nosso amor, nossos filhos, nossos planos? Perguntei a ele o que estava acontecendo? O que havia mudado?
Ele me olhou com carinho e extrema sinceridade e disse que apesar de me amar, ele também se apaixonou por outra mulher. E o que ela tinha que eu não tinha? FILHOS? Exatamente!
O que? Eu não acredito que você vai colocar a culpa nos nossos filhos!
Ele disse: Amor, (NÃO ME CHAME DE AMOR, eu gritei), depois que nossos filhos nasceram, você mudou. (Como não mudar?) Você é uma mãe maravilhosa e eu não poderia ter escolhido uma mãe melhor para nossos filhos. Você também tem sido uma “esposa” maravilhosa todos esses anos, (Poxa, mas o que esse cara tá dizendo?) MAS... Você foi deixando de ser aquela MULHER que eu amava, curtia e desejava. Sinto muito! (SENTE MUITO? SENTE MUITO?)
Eu disse: A quanto tempo isso está rolando?
E ele: Depende, foram várias mulheres que passaram por minha vida nesses 20 anos.
- O QUE? QUE MERDA! OI? Ooooiiii? Como assim? Eu simplesmente não conseguia respirar.
Naquela época me lembro de começar a estudar tudo que aparecia sobre relacionamento, em busca de “onde foi que eu errei? Hoje me pergunto por que eu achava que o erro tinha sido meu? Eu fazia de tudo pelo casamento, pela família, por ele.
Durante 2 anos, eu sentia no meu coração, que a gente iria retomar nosso casamento, que tudo aquilo era só uma fase ruim. De fato, depois de um ano nós começamos a sair juntos novamente e até rolou um lance bem legal entre a gente, mas descobri logo que sonhos são sonhos e que a realidade é que ele ainda era um homem INFIEL.
Com o tempo e mais maturidade em relação a esse relacionamento, consegui compreender que a responsabilidade pela relação não dar certo era 50% de cada um. Da minha parte, aprendi que Mãe é uma função da Mulher, e esse foi um dos aprendizados mais Ricos da minha vida. Que a Mulher que ao se tornar Mãe se esquece de ser Mulher, comete uma TRAIÇÃO em relação ao seu parceiro, pois Homem e Mulher casados e se amando é completamente diferente de Pai e Mãe casados e se amando. Nesse caso me pergunto:
Quem traiu quem primeiro? Difícil responder, difícil admitir, mas naquela época eu não tinha essa compreensão e ele também não. Éramos tão jovens!
Meus filhos já foram para Vida, cada um seguindo seu próprio destino. Ele, com suas características intactas, Bonito, Culto, Inteligente, Educado e de Boa família, seguiu refazendo sua vida com outra Mulher que ele elegeu como a ideal para seus ideais. Felizmente ou Infelizmente, ela não teve filhos! Eles vivem bem e já foram juntos para as Ilhas Gregas várias vezes.
Eu, continuo uma Mulher de Sorte! Quero dizer sorte no Amor mesmo! Depois de alguns anos, encontrei também um Homem de Sorte! E que sorte! Ele me encontrou. (Risadas...)
Com ele eu cresço a cada dia como Mulher e ele cresce como Homem! Temos muito Amor, Cumplicidade, Aventuras e Projetos em comum. Ele me ensinou que TRAIÇÃO tem a ver com TRAIR a sim mesma, deixar de se amar, de se curtir e de deixar de SER A PESSOA MAIS IMPORTANTE PARA SI MESMA!