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13/01/2022 - Consciência Sistêmica

As transações

Por: Dr Fernando de Freitas

Para a análise transacional, as transações são as relações que estabelecemos uns com os outros. Para efeito didático, considere que temos três instâncias de ego dentro de nós. Conforme nos relacionamos com os outros e seus respectivos papéis e funções, estabelecemos as transações. Analisando o gráfico abaixo é possível enxergar mais claramente essas possíveis relações.

A relação mais saudável, é claro, seria a que acontece entre os adultos. Nesse lugar eu consigo sempre ajudar o outro. Nas relações entre parentais, existe um aspecto crítico mais evidente e, entre crianças, o que se destaca é a vitimização.


ADOLESCÊNCIA

Essa fase da vida é muito interessante, pois tem a ver com o mundo infantil. Esse termo foi criado na época da Revolução industrial. A necessidade de formar pessoas para trabalhar e ter sucesso profissional, fez com que os pais investissem mais na educação de seus filhos. O adolescente seria uma criança adulta, cujos deveres e direitos não são muito definidos, porque existe uma faixa de limites imprecisos, e o indivíduo não é adulto e nem criança. Mas já possui direitos de adultos.

Em sociedades isoladas, a passagem da criança para o adulto é feita através de um rito, um ritual de passagem. Existe um limite definido pela idade, e uma criança é tratada como criança. Depois da sua consagração (sob a forma de um ritual), todos começam a tratá-la como adulto, cobrando dela atitudes condizentes com sua atual situação.

O problema da adolescência na sociedade contemporânea, é que criou-se uma faixa não muito definida para a transição para a fase adulta, o que permitiu a existência da “adultescência”, ou seja, indivíduos estariam biologicamente prontos, mas socialmente não foram autorizados. Nesse sentido, existe um conflito e a função adulta estaria deturpada. Porque sexo e dinheiro definem a fase adulta, e uma série de problemas surgem em decorrência dessas funções distorcidas.

ADULTO

O que define essa função é a liberdade. Porque o adulto tem autonomia, faz suas escolhas, toma suas decisões e assume as consequências. Tudo lhe serve como aprendizado, porque ele está sempre em evolução. Ele assume responsabilidades.

INFANTIL

O que define essa função é a prisão. Porque o infantil tem dependência e codependência – um fenômeno interessante aqui é a drogatização que sempre precisa de cuidados. Existe um padrão interessante, entre a mãe e o “filho pequeno”. Há a ilusão, porque esse filho está preso no passado, ele precisa ter um problema para a mãe cuidar dele. Amor doentio que gera emoções negativas, como medo, culpa raiva, etc. Vários mecanismos de submissão, rebeldia e inversão, revelados em sofrimentos.